terça-feira, 24 de março de 2009

O progresso tático do futsal argentino

A recente passagem da seleção argentina de futsal pelo Brasil,em duas partidas no domingo(22) e nesta segunda-feira(23) mostram o quanto evoluiu,nos últimos tempos, o jogo dos nossos vizinhos.Sou testemunha do início deste intercâmbio que começou no final dos anos 80.Vi Fernando Larranhaga vir aqui sempre com a Seleção e equipes argentinas aprendenddo conosco,o que tínhamos de melhor.Mais vale para êles tomar 5 goleadas do Brasil e aprender, do que ganhar de adversários de qualidade inferior.
Êles vem aprendendo conosco,o que temos de melhor na parte tática ,pois técnicamente tem e sempre tiveram excelentes jogadores.Aprenderam,em todo este tempo,que não basta "jogar bola" ,"ser habilidoso".É preciso aprender e saber jogar Futsal.Para onde correr,com e sem bola,no ataque e na defesa em relação ao adversário e companheiro.Este é o "X" da questão.
Já passaram do estágio em que marcar bem o Brasil significava estar "fechadinho / lá atrás".
Já ousam nos pressionar em nossa quadra,diminuindo espaços ,ainda que façam isso num homem a homem meio cego o que acaba dando muito espaço para os lançamentos no vazio,para o fundo de quadra e o Brasil soube inteligentemente aproveitar isto,ainda que não tenha transformado em gols as muitas oportunidades perdidas nas duas partidas.
Agora precisam melhorar o ataque onde praticamente só se vê,e não é pouco,a boa individualidade prevalecer.
Outro tema importante é que o revezamento constante de atletas quadra/banco/quadra criou condições para que estivessem sempre em boas condições físicas para suportar o ritmo intenso de pressão a nossa equipe.Descobriram também,espero, que o grupo de atletas que atuam na Argentina tem muito mais capacidade do que o grupo que vem da Europa em competições importantes.Os "estrangeiros"deles já estão meio envelhecidos e sem a motivação para inovar como os meninos de Buenos Aires
Por falar em Buenos Aires,estarei lá neste próximo final de semana ministrando um curso para os treinadores locais e estou numa grande expectativa por este intercâmbio.Me informaram que já são mais de 100 inscritos me esperando para falar ,o que aumenta minha responsabilidade sobretudo pela forma mais convincente como andaram jogando por aqui.
Até Breve.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Ferretti,
como sempre mais um oportuno e muito bem escrito artigo. Os argentinos têm uma coisa que nos falta, por orgulho, por nos acharmos auto-suficientes, portanto por presunção, que é a coragem de aprender. Você foi muito feliz ao colocar que eles preferem perder de 5 para nós, ao vencer de 10 de qualquer outra equipe, tecnicamente inferior. Ao contrário do nosso futsal, o futsal argentino tem sede de crescimento, ambições dentro do cenário mundial. Hoje, no Brasil, presunçosamente reconhecemos apenas a Espanha, como adversário de fato. Todavia, esses últimos amistosos, contra los hermanos, podem ter despertado não a você, que dispensa comentários, mas aos novos treinadores do país, no sentido de repensar determinados conceitos. Penso que, mais do que para os argentinos, esses amistosos foram fundamentais para nossas futuras pretenções dentro desse esporte fantástico. Um grande abraço e parabéns por mais esse excelente artigo. Ass. Nelson Martins

Unknown disse...

Caro Prof. Ferreti,
li com atenção o seu artigo a respeito da evolução do Futsal argentino e concordo absolutamente com o que o senhor disse a respeito da evolução tática defensiva dos argentinos, pois nestes dois últimos amistosos, o que pude assistir foi uma seleção argentina sem medo de ousar em sua postura defensiva contra a seleção mais técnica e eficiente ofensivamente do mundo que é a brasileira. E assim como em Buenos Aires, gostaria muito de saber se existe a possibilidade de o senhor ministrar algum tipo de congresso, palestra ou curso específico para o aperfeiçoamento de treinadores de Futsal aqui mesmo no Brasil, no Rio de Janeiro para ser mais específico, pois Gostaria muito de trabalhar como Técnico de Futsal, estudo bastante sobre o assunto, porém um curso específico sobre o assunto contando com toda sua experiência ajudaria muito mais. E tenho certeza de que caso o senhor realize um destes cursos aqui no Rio de Janeiro também seria um grande sucesso de inscrições, assim como em Buenos Aires.

Ass: Wagner Santana

Anônimo disse...

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