terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Escanteio prega as suas surpresas


                                                                                                                           Prof. Fernando Ferretti
                                                                                                                                            Santos F.C.
                                                                                                                                CREF 3.000-G/SC


Neste domingo passado, dia 05 de dezembro vimos pela TV o Corinthians (SP) sagrar-se, aliás, merecidamente, campeão da Taça Brasil de Clubes em Jaraguá do Sul – SC.
Numa partida equilibradíssima (4X3) os paulistas bateram os gaúchos da ACBF de Carlos Barbosa. Os derrotados tiveram uma grande atuação e depois de estar perdendo por 4 X 1 ,estiveram muito perto de conseguir o empate e forçar a prorrogação,não fosse um pequeno- grande detalhe.Tomaram dois gols de escanteio e devem estar se lamentando até agora.
Isto porque, dentro do raciocínio médio da maioria dos treinadores, tomar gols de escanteio e ainda mais numa final, e principalmente num placar tão apertado, é inadmissível.
Ééé.....e não é !!! Vejamos por que:
Em primeiro lugar, na cobrança de escanteio existe uma supremacia numérica considerável da defesa contra o ataque, pois são cinco defensores contra três atacantes. O goleiro do time  atacante, está longe e o cobrador não podem nem devem fazer gol direto. Então porque sai tantos gols em cobrança de escanteio?
Porque aos defensores é impossível controlar bola e o homem a ser marcado, ao mesmo tempo. A bola estará sempre fora do campo visual do marcador ou este perderá o atacante para controlar a bola. As duas coisas ao mesmo tempo são difíceis e em alguns momentos impossível. Por isso três atacantes vivem levando vantagem sobre cinco defensores e os gols saem,como saíram na final.
Se entendermos este conceito, a marcação homem feita no escanteio pelos gaúchos deixaram o goleiro e o marcador deste “vendido” e em dois gols idênticos.
Em segundo lugar, o que faz o marcador da primeira trave (o que deveria proteger o goleiro) quando se coloca perpendicular a linha de fundo? Eu respondo: Quase nada.
A imensa maioria dos passes nas jogadas de escanteio, não tem o destino da primeira trave e sim o centro da área ou os chutes de aproximação para a segunda trave ou ainda aos voleios de média e longa distância. Então quanto mais o homem da primeira trave na diagonal ficar, mais ajuda a defesa e ao goleiro. Talvez hoje o pessoal da ACBF não estivesse se lamentando. Claro que o Keké(autor de dois gols de escanteio) revelou ser um jogador que treina a jogada, além de ser forte e com presença na área,razão pela qual não pode estar sozinho com seu marcador, pois nos dois lances “atropelou” os marcadores (Marcenio e Sinoê). Se tivesse havido uma preocupação coletiva da defesa em marcar o excelente pivô, este teria menos chances de anotar.
Então é isso: Marcação homem no escanteio é pedir para tomar o gol e o homem da primeira trave esqueça a linha de fundo e feche diagonal.
E você que tem a paciência de me ler....o que acha.Concorda? Discorda? Espero sua opinião.

3 comentários:

independentefutsal disse...

Professor... concordo plenamente com tu o que falou.. e realmente marcar homem em escanteio é perdir para tomar gols.. pois quando se marca homem se esquece da bola e vice versa... cobranças de escanteio na primeira trave é bola perdida.. por isso a idéia desse marcador fexar a diagonal é consideravél... e quanto aos outros marcadores de desa.. como devem marcar??

Enio disse...

Prof. Ferretti, permita-me usar este espaço para abordar outro assunto que está relativamente ligado a este.
Venho observando durante a liga uma movimentação diferente por parte da equipe do Corinthians e cansado daquele entediante toca e sai pelo meio, vi na equipe do PC algo novo e, feliz acompanhei cada jogo que era possível, tanto presente como pela TV.
Esta movimentação não dificultou alguns conceitos da marcação quadrante?
Minha questão é até quando vamos ficar dependentes da criatividade dos jogadores?
É preciso que nós técnicos de futsal, inovemos para surpreender a todos e de preferência também os ESPANHOIS.

Samuel disse...

Concordo Plenamente Prof. com as questões abordadas no texto. Hoje os times estão cada vez mais dentro da área e ainda acabam que por um passo em direção a linha de fundo ou oposto a ela deixa uma brecha, é importante, penso eu, proteger os espaços com os melhores marcadores dentro da área e os jogadores que fazem as saídas (bola de aproximação e voleio) serem os 2 mais rápidos, para que muitas vezes chegue mais próximo do atacante dificultando sua ação ofensiva. Sem esquecer que ainda vao sobrar 3 atletas na área para marcar 1 ou 2 jogadores, sendo o goleiro e os 2 "melhores" marcadores.....