quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Segredos de um gênio chamado Ferretti

Poucas competições do esporte brasileiro são tão difíceis quanto a Liga Futsal. Ela é a mistura perfeita de craques, times, viagens, torcidas, e outros tantos ingredientes que a fazem tão especial para quem vive seu cotidiano, e também para aqueles que acompanham apenas “zapeando” o televisor.
São quinze edições de pura emoção, e ao longo deste período algumas figuras ficaram marcadas dentro e fora das quatro linhas. Uma delas, talvez a mais interessante de todas, é um carioca de cinquenta e seis anos, capaz de mudar o rumo de uma partida em um pedido de tempo. Um verdadeiro gênio para montar estratégias e tirar o máximo de seus comandados. Seu nome é Fernando Luiz Leite Cardoso Coelho, ou simplesmente Fernando Ferretti.
Ferretti chega com a Malwee/Cimed à sua sexta final consecutiva da competição mais importante do futsal brasileiro, e como ele deixa muito claro, nada é por acaso. “Isso se deve ao profissionalismo de todo o grupo, atletas, comissão técnica e diretoria. Desde 2001, na fundação da equipe, a missão sempre foi estar em todas as finais. Os mais de 50 títulos alcançados em 10 anos foram consequência deste foco em ser finalista. Aliás, desde o início todo mundo entendeu o básico: só se é campeão se chegar à final.”
Mas este ano, principalmente, para chegar à final o time jaraguaense precisou saber a hora certa de dar o seu máximo, além de passar por cima do descrédito que o rodeou durante as primeiras fases da Liga. “No desporto de rendimento, o pulo do gato é saber preparar-se para os momentos decisivos. O descrédito súbito, tanto quanto a glória fácil, fazem parte dos que não acompanham o dia a dia de grandes equipes como a nossa. Escuto isso em algum momento da temporada há 10 anos. Já estou acostumado. O crescimento acentuado da equipe se deve ao fato de que nosso grupo aprendeu a ganhar quando realmente é necessário ganhar.”
E sobre a sexta final que começa a ser decidida na próxima terça-feira, 16 de novembro, em Marechal Cândido Rondon (PR), frente ao Copagril, Ferretti fala sobre o que sua equipe já alcançou até o momento e também sobre um virtual favoritismo que viria motivado pelo retrospecto. “Vivemos numa cultura em que os campeões são tudo e o vice, nada. Não é bem assim. Seis finais em seis anos é um feito memorável, mas estamos pensando em ir mais adiante. Não acredito em retrospecto em nenhum esporte, e menos ainda no futsal, que é o esporte onde a zebra passeia solta. Não podemos perder o foco numa equipe que eliminou o time com melhor campanha e que jogava o melhor futsal da Liga 2010.”
Com tantas finais, títulos e histórias, o técnico fala sobre o que ainda falta após tantos anos entre os melhores. “A realização de qualquer treinador, o que referenda qualquer trabalho, são vitórias e títulos. Vencer não cansa nunca, nem é suficiente. O que falta é seguir vencendo nas temporadas seguintes, porque um título é diferente do outro.” E finaliza contando para nós, simples mortais, o que muda em cada uma de tantas finais: “É aquela adrenalina na expectativa de mais um título. Às vezes ele vem, mas nem sempre, o que faz parte do jogo. Importante é não se arrepender daquilo que não se fez, que não se tentou...”

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